quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Museu Odrupgaard - Copenhague/Dinamarca


Museu Odrupgaard
O projeto foi baseado na interpretação pessoal da Arquiteta Zaha Hadid da paisagem envolvente e da sua relação com o edifício original. A opacidade do edifício é consegida por uma envolvente em betão negro, que age como contraponto aos vários elementos envidraçados que refletem a paisagem e permitem ocasionais visões para o interior, frestas de iluminação servem como sinalização orientadora aos visitantes do museu. A luz natural é filtrada e moderada à medida que passa através do telhado e da envolvente edificação.

Zaha Hadid nasceu em Bagdá, em 1950 e se formou na Architectural Association(AA), em Londres e logo no início de sua carreira começou a trabalhar no conceituado escritório Office for Metropolitan Architecture (OMA). Lecionou na faculdade em que se formou, juntamente com Ren Koolhaas, e em universidades renomadas como Harvad, Universidade de Chicago e Columbia. Apesar de ser ganhadora de importantes concursos como The Peak, em Hong Kong, China (1983); do Kurfürstendamm, em Berlim (1986), e do Centro de Arte de Mídia de Düsseldorf (1993), ambos na Alemanha, Zaha Halid não havia viabilizado nenhum dos seus projetos durante seus primeiros vinte anos como arquiteta. O ano de 2003 foi o mais expressivo na carreira da arquiteta conhecida como “turca louca”, neste ano ela foi ganhadora do prêmio de melhor edifício da Europa, o Prêmio Mies van der Horer, e sua principal obra o Rosenthal Center for Contemporary Art, em Cincinnati, foi concluída. Hadid foi a primeira mulher a ganhar o premio Pritziker de arquitetura.
Os projetos de Zaha Hadid são focados na deformação, na justaposição e estratificação o que da certa complexidade aos seus projetos. Como exemplo, tem-se as Dancing Towers, em Dubai, que se compõem de três torres de 65 andares, interligadas e curvilíneas.

Arquiteta iraquiana, considerada desconstrutivista...

"A turca louca”
Durante um tempo a arquiteta não consequia viabilizar seus projetos, não tendo obras construidas, ela era conhecida pelos concursos vencidos.
Hadid teve sua consagração sendo professora, com passagens por Harvard, pela Universidade de Chicago e por Columbia. Unindo prática e teoria, tornou-se a única mulher a ingressar no star system arquitetônico internacional.
Em 1999, Hadid foi chamada a criar um espaço dentro do Millenium Dome, batizado de Mind Zone. Em 2000 foi concluído o pavilhão do jardim em Weil am Rhein, na Alemanha.
Depois vieram a estação de Estrasburgo, França, e a rampa de esqui em Innsbruck, Áustria, finalizadas em 2001 e 2002, respectivamente. Estes dois projetos renderam à arquiteta capas de revistas em todo o mundo. A “turca louca”, para espanto geral, começava a produzir arquitetura.
No ano de 2003, Zaha Hadid teve seu melhor ano, recebendo o Prêmio Mies van der Rohe, de melhor edifício da Europa, viu concluída sua mais importante obra: o Rosenthal Center for Contemporary Art, em Cincinnati, Estados Unidos, cujo concurso venceu em 1998.

Museu Judaico - Daniel Libeskind


Daniel Libeskind admite ter uma crença poderosa na habilidade das pessoas em aprender com a História e com a arquitetura. Sua visão de mundo o faz acreditar que assim como um edifício e uma cidade estão sempre presentes ao longo do tempo e da história, o ato de construir pode transformar a cultura de uma cidade.
Este pensamento se torna claro ao percebermos que em cada detalhe de sua arquitetura ele planta signos passíveis de serem reinterpretados, imagens difíceis de serem esquecidas. O visitante trafega dentro de um espaço que conta a história a cada passo e o faz fervilhar seus pensamentos, impulsionados por símbolos poéticos de um mito já desgastado. Porém, ao invés de simplesmente ser um mito monumentalizado como ocorreu no memorial ao Holocausto (uma grande laje de concreto, localizada na praça de Berlim, do tamanho de dois estádios de futebol, onde constam os nomes das vítimas do Holocausto) por onde simplesmente se passa, vislumbra e esquece, o Museu Judaico de Berlim impõe um tratamento mais humano à polêmica, fazendo com que o vivenciar de emoções transforme totalmente o visitante do museu ao deixar o edifício.
Logo após a inauguração, o Museu Judaico de Berlim já foi procurado por mais de 500 mil visitantes, muitos deles foram antes mesmo de ter sido disponibilizado o acervo. Tal fato acaba por nos levar a uma dupla conclusão: talvez o ideal de Libeskind tenha sido bem-sucedido ou talvez ele tenha se tornado, mesmo que não intencionalmente, um grande produto de comércio, sucumbido à sociedade de consumo. Esta dialética estará sempre presente e só o tempo dirá se a arquitetura realmente ultrapassa o limite do consumo e se torna um instrumento eficaz na configuração de uma cultura.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Daniel - Libeskind - Museu Judáico de Berlin

O Museu Judaico de Berlim foi projetado em 1989 por Daniel Libeskind. O projeto levou doze anos para ser executado devido aos cortes nas verbas para projetos culturais, após a reunificação da Alemanha. O fato de Libeskind ser polonês, judeu e filho de pais que viveram no período do Holocausto, foi determinante para a idealização do projeto do Museu Judaico. Os traçados do projeto são baseados em uma Estrela de Davi (símbolo dos judeus) estilhaçada. O Museu foi construído em titânio e revestido com zinco, refletindo assim a luz. Em 1999 projeto rendeu à Libeskind o mais importante prêmio de arquitetura concedido pelo governo alemão. Entretanto, sua inauguração aconteceu apenas em 2001. Coincidentemente, no dia onze de setembro, fato que o levou a ser fechado apenas duas horas depois de sua abertura.
A principal característica do Museu Judaico de Berlim é o significado implícito no seu design, que Libeskind denomina de "a arquitetura do significado". Ele expressa toda a emoção contina na tragédia do Holocausto. Suas janelas retalhadas e os corredores apertados e escuros evocam, respectivamente, a visão estreita que os judeus tinham dentro de carros de boi que os levava aos campos de concentração e o sentimento de opressão vivido por aquele povo. Muito mais do que apenas um museu, o Museu Judáico impõe um tratamento humano, fazendo com que cada um que o visite possa vivenciar emoções, o tocando e transformando os seus visitantes.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Aldo Rossi - Sua história

O arquiteto Aldo Rossi nasceu em três de maio de 1931 em Milão na Itália. Sua arquitetura ficou bastante conhecida devido ao uso de formas como cubos, esferas e cones. Arquiteto pós moderno, Rossi define as grandes cidades como ‘mortas’ já que o patrão de moderno acaba se tornando único como, com cidades cinza, quadradas e iguais. Ao invés de cidades com ‘novidades’ que criassem a impressão de surpresa a cada rua, como eram as ruas das cidades de sua antiga Itália. O que demonstra, talvez, traços de sua anterior tentativa de ingressar numa escola de artes cênicas. Para Rossi, o ideal seria urbanizar a cidade de acordo com o imaginário coletivo, criando assim uma identidade de acordo com cada cidadão, mas sempre mantendo suas referências. Entre seus principais projetos estão o Quarteirão habitacional em Berlin e o cemitério de San Cataldo em Módena, Itália. Este último projetado depois de um período em que Rossi passou no hospital devido a um acidente, que partia do princípio de que ‘se a cidade é para os vivos, os cemitérios são para os mortos, que apesar de sua condição não desmerecem um projeto e desenho do local que vão descansar por todo o sempre’
Cemitério de San Cataldo

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Aldo Rossi aparece em diversos textos, sendo comentado por ter realizado análise adequada e substancial de uma tradição histórica da arquitetura. Segundo Tarufi, Aldo rossi elaborou um alfabeto de formas arquitetônicas que não se articulam em fórmulas fáceis. Ele as liberaria atestando a existência de fontes múltiplas, não buscando o “reestabelecimento de uma disciplina”, mas sua dissolução na multiplicidade de referências e origens.
Em início de carreira, a arquitetura de Rossi está bastante ligada aos trabalhos de recomposição dos elementos da arquitetura moderna, valorizando-se uma riqueza de ritmos dos elementos verticais e horizontais, sempre ortogonais, como exemplo o seu projeto para o conjunto Gallaratese (1969/1970), em Milão.
Mostrando o equilíbrio entre o apuro formal e sua colocação no contexto – dizendo ter buscado nesse projeto a reelaboração de elementos da arquitetura da milanesa, mesmo que Cherles Jenks veja uma forte herança da arquitetura fascista.
Rossi assume que o projeto do Teatro do Mundo (1980) é o ponto de reflexão de sua carreira, onde as pesquisas de resgate de uma gramática formal da história da arquitetura voltam-se para uma possível ontologia do espaço teatral, construído sobre uma balsa ancorada em Veneza, busca referenciais formais no contexto urbano.
É uma tentativa de resgate de paradigmas quase arquétipos da arquitetura.

- Crítica estroboscópica

A obra de Aldo Rossi é mais ligada à uma recuperação de elementos hiostóricos, onde se pode retirar o cuidado ao se formular a crítica para:
- Não se tomar uma reformulação de paradigmas como novo cânone;
- Não se voltar à história passada pela incompreensão aos fenômenos contemporâneos;
- De nostálgicos da força desbravadora das vanguardas, não se atentar para a importância contestatória e revigorante dos experimentalismos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Arquitetura para Aldo Rossi


“Entendo a arquitetura em sentido positivo, como uma criação inseparável da vida civil e da sociedade em que se manifesta; ela é por natureza coletiva. Do mesmo modo que os primeiros homens construíram habitações e na sua primeira construção tendiam a realizar um ambiente mais favorável à sua vida, a construir um clima artificial, também construíram de acordo com uma intencionalidade estética. Iniciaram a arquitetura ao mesmo tempo em que os primeiros esboços das cidades; a arquitetura é, assim, inseparável da formação da civilização e é um fato permanente, universal e necessário.”

Rossi e Eisenmam

Ao analisarmos Rossi, notamos a preocupação dele com a produção de uma arquitetura que tivesse um comprometimento com a critica ao movimento moderno. Para ele, a raiz da concepção arquitetônica está na correta articulação dos elementos da memória, do lócus e do desenho. A obra de Aldo Rossi, está ligada à uma recuperação de elementos históricos.
Quando falamos em memória, rememorar, reconhecer, Rossi entende que não é somente a reincidência de experiências pessoais, isoladas, para ele a memória do lugar é o resultado de sobreposições das experiências, não só individuais, mais como as coletivas também. Explicando de certa forma a ausência à vivencia do homem moderno. O reconhecimento como um modelo de relacionamento com o presente.
Ao contrário de Rossi, Eisenman não acredita na existência de uma supra-estrutura que pudesse garantir uma identidade para a linguagem arquitetônica contemporânea.
Para ele, a proposta moderna não conseguiu operar o rompimento com a tradição figurativa, a arquitetura moderna não conseguiu se libertar da idéia da afirmação de um sistema pela afirmação de verdade.
Eisenmam aposta no processo de deslocamento na apreensão da realidade.